Fonte: http://veja.abril.com.br/120303/entrevista.html
Recorte de uma parte da entrevista feita a Adam Phillips, um psicanalista Inglês que na época (2003) estava conduzindo uma nova tradução das obras completas de Freud.
Veja – Os remédios e as terapias alternativas estão acabando com a psicanálise?
Phillips – A psicanálise está apenas começando. A experiência de ser ouvido é muito poderosa. Definitivamente, tem efeito benéfico. É verdade que num mundo ideal ninguém precisaria de analista. O diálogo com os amigos daria conta do recado. O problema é que não temos a coragem de contar certas coisas aos amigos. Outras podemos até contar, mas os amigos não sabem como ajudar.
Phillips – A psicanálise está apenas começando. A experiência de ser ouvido é muito poderosa. Definitivamente, tem efeito benéfico. É verdade que num mundo ideal ninguém precisaria de analista. O diálogo com os amigos daria conta do recado. O problema é que não temos a coragem de contar certas coisas aos amigos. Outras podemos até contar, mas os amigos não sabem como ajudar.
Nota minha:
Os amigos sem saber o que fazer, nem como ajudar acabam nestes momentos, mais do que nunca ajudando e sendo eles mesmos de certa forma particular mais analistas do que supostos psicológos e analistas que "ajudando" acabam por deixar de lado o sujeito aparecer com seus desejos e manter o padrão de seres amados. Este padrão tem um tempo x para ocorrer, em uma análise, o objetivo é outro, não é ajudar mas tornar a pessoa apta a ver o setting inteiro, tomar uma decisão ética baseada em SEUS conceitos e a partir daí se perceber não mais como apenas ser amado mas alcançar de certa forma uma independência de ser amante.
Psicanálise cura?
Até pode né, mas que a idéia é outra é.
Tornar-se amante da vida, dos outros, de si mesmo, de tudo e "Enjoy it all" é muito melhor que a cura de um sintoma que quando passa a ser amado, integrado, percebido como parte de si, toma outra dimensão além daquela do simples sofrimento, mas como um obstáculo que talvez nunca será superado e que perde sua força imobilizadora e amendrotadora.
Parafraseando o Homer J. Simpson:
A culpa é minha e eu coloco ela em que eu quiser.
Psicanalisando um pouco, depois de um tempo de terapia:
O sintoma é meu e eu faço dele o que eu quiser.
Fui.
0 comentários:
Postar um comentário