"Pois bem, o que fizeram de mim?
Minhas virtudes me transformaram em um monstro.
Meus pecados me permitiam ser humano, imperfeito, errado.
Eram eles que me pertiam chorar amargamente, meus defeitos, ah como eu queria aniquilá-los de uma vez por todas.
Ah se eu soubesse o preço que se paga pela perfeição do caráter.
Estar sempre certo, sempre pronto, sempre atento, sempre correto, sempre, sempre, sempre
Como vovó que ao olhar ao horizonte de sua cadeira de balanço lá no rancho, perdia-se com seu olhar e errava o seu crochê!!!
Desfazia tudo para fazer de novo e nem ligava, era feliz.
Mas agora, pede-se perfeição em tudo, aboliu-se a qualidade de errar, de enganar-se, de dizer que talvez.
Agora é tudo certo, certo, certo, certo, sempre, sempre, sempre, sempre.
Cheguei à plenitude da perfeição, não àquela tão amada e perseguida pelos Santos.
Lembro-me de Franciso, o pequenino de Assis que dizia que apenas deveríamos amar, mesmo que fossem nossas fraquezas, nossos erros, nossas misérias.
Cheguei a perfeição da ciência, da modernidade, do caráter ético.
E enfim descobri que diferente de Salomão, não posso julgar quem é a mãe pelo amor que tem ao filho, mas apenas pelo que os dois tem em comum, seus DNA's.
Maldita vida perfeita
Escolho a imperfeição!
Afinal nela choro por mim e não por que não consigo mais chorar.
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