Na contemporaneidade (termo para designar a sociedade atual) as relações humanas passam a ser a maior preocupação entre todas as esferas da sociedade.
De alguma forma parece que o ser humano desaprendeu a ser humano, desaprendeu a ser pessoa, ser sociável. Estamos frente a uma nova categoria de seres humanos, pois a cultura hegemonica parece não dar liberdade para que os sujietos possam construir a sua forma de se relacionar.
Na cultura empresarial existem trabalhos e mais trabalhos, treinamentos, formação e cursos e mais cursos tratando sempre sobre as relações humanas. Relações interpessoais, Relação com seu chefe, Como relacionar-se bem no trabalho, entre outros temas mais atuais são todos cursos ofertados por empresas e também por escolas para ensinar as pessoas a serem "sociáveis".
Dentro dos meios de comunicação, de alguma forma estão sempre presentes textos e trabalhos, artigos e notícias sobre a importância de ter um bom relacionamento com os filhos, com os parentes, com os amigos, com o conjuge...
Nas escolas, algumas já estão se adiantando e investindo desde o primeiro grau em formação dos alunos nas relações interpessoais. Estas relações que deviam ser o primeiro passo para a entrada do bebê no condição de humano, estão se esvaindo e cedendo lugar a um tecnicismo rigorosíssimo.
Exatamente aquilo que é humano, a criatividade, a espontaneidade, a alegria dos relacionamentos, está dando lugar a uma forma de agir, a uma forma mais correta, mais eficiente, e em meu ponto de vista muito mais prejudicial.
Prejudicial porque do meu ponto de vista a humanidade de cada um se manifesta na forma de ser. Seja de acordo com a personalidade, de acordo com o "jeitão de ser", de acordo com o que cada pessoa acredita. A importância da espontaneidade, do lapso, do ser humano em qualquer lugar, ser "ele mesmo", é ímpar e parece-me que a globalização muito mais do que unir tudo sbre uma só a base, está acabando com a humanidade em sua forma mais pura, que á justamente a de ser humano.
Encontrar um ser humano diante de tantas regras, de tantos deveres, de tanto esteio, está relativamente raro.
Espero com a esperança de criança (de que um dia tudo será diferente) que as pessoas irão ser pessoas novamente simplesmente porque elas podem. Nós como seres humanos podemos uma coisa que a cultura que a cultura não pode, podemos fazer a diferença enquanto um, enquanto pessoa no singular.
A cultura, a organização, a sociedade está sempre presa a uma forma de pensar. Emboira ela não tenha uma face, ela está ligada ao pensamento vigente no hoje e não pode ser mudada por ela mesma. Já nós como pessoas podemos acordar um dia de saco cheio e fazer tudo diferente.
Espero que a humanidade acorde aos pouquinhos porque, caso contrário, encontraremos pessoas humanas, apenas nas clínicas psiquiátricas, taxados como loucos por serem aquilo que um dia já foi chamado de são, de diferente, de artista, de poeta.
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