Coisas que movem-se

sexta-feira, 11 de março de 2011 0 comentários
        Na casa do meu pai, reza a lenda que existe um duente. Este duende come as coisas que estão dando sopa, pega alguns objetos e some com eles (o último foi um dvd). Simplesmente ele atua na surdina da noite. Quando todos estão dormindo ele costuma fazer suas traquinagens.

       Aqui em casa é bem diferente. Não existe duende coisa nenhuma, as coisas andam e desaparecem po si memas. Alguns objetos tem vida própria, e estou começando a achar que não é esta vidinha de Toy-Story coisa nenhuma. A vida que os objetos tem aqui é muito mais parecido com "A Bela e a Fera". 

       Um dos objetos que mais desaparecem por aqui é o controle remoto. Ele move-se na cara dura enquanto ainda estamos acordados. Vez ou outra até mesmo quando estamos com ele nas mãos, é só dar uma distraidinha que ele desaparce e aparece novamente na cozinha, no banheiro, nos quartos... 

       Pior ainda são os celulares. Estes, embora possam ser localizados com uma ligação para eles, costumam sumir quando estão desligados. Aí é que não compreendo. Estão sem bateria para funcionar, mas para sumir, eles tem energia suficiente.

       Tênis, roupas e afins eu nem vou comentar. Não vale dar ibope para essas coisas, afinal, elas são assim  mesmo. Esses dias encontrei um par do tênis seco e o outro na lavanderia todo molhado. Impressionante que a gente imagina que eles tem vida tipo "Gêmeos siameses", mas não meus caros, este é um erro fatal. Caso você encontre um de seus pares de Tenis em baixo do sofá, o outro deve estar na cozinha, quase nunca somem e escondem-se no mesmo lugar.

       Quadros também tem lá sua personalidade por aqui. Tem um quadro que acho que é de um pintor espanhol. É teimoso em demasia, lembra muito um primo meu, se bem que meu primo não faz por maldade, só quer compreender as coisas. Agora aquele quadro não. Para vocês terem uma idéia, um dia resolvi colar ele com cola quente, passei em todas as bordas e no dia seguinte, lá estava ele sorrindo pra mim com aquela ponta de sua quina levemente apontando para cima. Sei que ele se moveu e estava diferente simplesmente porque eu havia marcado obsessivamente um quadrado ao redor dele. No outro dia, ele era um quadro fora do enquandre. Acho que de tão teimoso que é, se você pregálo em suas 4 quinas ele dá um jeito de mover a parede, só para não ficar alinhado.

       Pois é, aqui em casa não existem duendes, as coisas têm vida própria. E o pior é quando contamiam com vida (tipo fadinha com pirilimpimpim) as outras coisas que vem de fora. Esses dias meu amigo perdeu um livro aqui em casa. Havia deixado em cima da mesa e depois de estudarmos estava dentro da mochila dele. Acho que ele ficou acanhado com outros livros de Lacan que eu tinha aqui. Afinal, colocar um livro de Skinner perto de dois de Freud e um de Lacan é covardia.

     

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