O que podemos fazer diante do sentimento do vazio?
Há alguns anos atrás quando eu dava catequese havia um texto que era mais ou menos assim:
Em um deserto existiam 3 poços que conversavam entre sí. Dois deles cheios de água se aproveitavam da situação e diziam que eram muito mais importantes, afinal, as pessoas sempre recorriam a eles para buscar água. Eram os dois poços que sempre conversavam, que batiam um papo sobre as pessoas que vinham visitar e serviam alegremente às pessoas que deles se aproximavam.
O terceiro poço, sempre vazio, dele a única coisa que os outros dois ouviam era um som assutador quando o vento batia em sua boca. As pessoas passavam longe dele com medo de cairem dentro e as crianças jogavam pedras tentando identificar pelo som da pedra a profundidade do poço.
Um dia um dos dois poços acordou e descobriu que estavam ficando vazios, os dois logo se alarmaram e ficavam o tempo todo suplicando a Deus que os preenchesse novamente com a chuva, como iriram ficar sem a água, quem viria ver-lhes, pra que serviria um poço sem água, pra que iriam existir, porque estava aconetcendo tudo aquilo, seriam abandonados se ficassem completamente vazios. Depois de muito tempo e não aguentando mais a angústia dos outros dois poços aquele que estava vazio resolveu falar.
De dentro dele saiu um som como do vento que vinha lá do fundo, algo sinistro, sombrio para os dois que viviam cheios. Ele falou em um tom sério mais amistoso. Calma meus amigos, afinal de contas vocês continuarão a serem poços mesmo sem água.
Dentro do vazio, do ser imprestável ao outro, do ser inútil à necessidade de quem nos procura, do nada da existência humana continuaremos sendo pessoas se não nos pedermos com as qualidades que de nós se vai com o tempo.
Em nossa vida nos identificamos com aquilo que servimos, com o que pretendemos ser, mas somente no vazio, no nada conseguimos nos reconhecer quem somos de verdade, conseguimos compreender nossa profundidade, nossas dimensões e limites.
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