Bom dia meus leitores...
Neste momento quero discorrer sobre a fantasia simples do dia a dia.
Sábado estive por alguns momentos em uma festa de casamento, aliás que festa ótima, estão de parabéns a noiva e o noivo (pombinha e chester respectivamente). Neste casamento tivemos muitas conversas, a maioria das pessoas se puseram a relarcionar-se com muitas outras pessoas, foi maravilhoso.
Entretanto quero falar sobre um fato ocorrido algumas horas depois do casamento, uma lembrança fantasiosa em que todos chegaram a irreais conclusões através de pré-conceitos formados.
Durante a festa estávamos conversando e de repente uma pessoa da mesa havia se ausentado, éramos em seis ao todo, como eu notei que estavam apenas cinco na mesa, descreverei abaixo o diálogo.
- Cade o A? Perguntei ao meu Xará
- Foi "deswinzipar" um arquivo. Respondeu-me a gargalhadas o meu Xará.
- Foi o que? Perguntaram outras duas pessoas menos entendidas do assunto de informática (vejam que lindo, também já falamos sobre esta dificuldade de compreensão da mensagem nas diferentes sociedades, ou grupos sociais).
- Foi C.... Bem, não direi literalmente mas aqui poderemos dizer que falei bem "baixinho", foi ao banheiro "desempacotar o arquivo" (esta é a função "des-winzipar").
Gargalhadas gerais após a explicação.
No outro dia como citei a priori, comentei o fato com outras pessoas, mas havia me esquecido quem foi o autor da mensaem "Ele foi deswinzipar o arquivo".
Quando comentei sobre a frase, me perguntaram quem estava na mesa, e de cara já me disseram, se não foi você (primeiro preconceito), só pode ter sido o fulano. Confusão feita, eu tinha certeza que não era o Fulano, mas o nome do autor (ou artista da pérola) me estava recalcado.
Gostaria de definir o recalque como o próprio Freud o descreve. Quando há uma falha, um esquecimento, "um branco" ao falar sobre uma situação que a pincípio não teria sentido esquecer, mas que após análise se descobre ligada em fatos importantes, que pesam muito sobre a história da pessoa, podemos considerar este esquecimento como um recalque para que algo continue inconsciente, para que continue esquecido (a ídeia de que o inconsciente é como a memória esquecida é apresentada por Lacan após rever o conceito nas obras de Freud).
O recalque era meu, mas ninguém lembrava quem tinha sido, eu não lembrava do nome, mas sabia quem não tinha falado, as outras pessoas já com seus pré-conceitos dos diferentes individuos daquela mesa, diziam ter a certeza absoluta de quem fôra (será que continuará com ascento este fôra?) o autor da obra, e eu o principal interlocutor fiquei cego pelas palavras me ditas pouco antes:
- Se não foi você quem disse isso, com certeza foi fulano.
Foi meu xará quem tinha dito a frase, não eu. Mas também não tinha sido fulano. Embora não eu, era um outro com o mesmo nome que o meu. Ao ser falado por mim, este nome do outro remetia a minha pessoa que não tinha falado a frase. Black-Out total, ou seja, deu branco.
Enquanto as pessoas divagavam e estavam felizes em suas fantasias, comentando também outros fatos de fulano (que naquele momento eu já não sabia se fulano tinha mesmo feito tudo aquilo, ou se eram meras fantasias citadas novamente), eu tinha a certeza que o censo comum era uma fantasia pois não era fulano, mas não podia abrir os olhos deles pois não lembrava quem era.
Queria ver o milagre da verdade que liberta, que cura, mas não podia mostra-los a verdade pois eu sabia o que não era verdade mas a realidade em si me escapava. Por detrás da fantasia havia também um preconceito que eu também aderíra, a personalidade mais brincalhona de fulano, mas mesmo assim não era fulano.
O preconceito é também um grande formador de fantasias, lembrem-se que as pessoas nos são misteriosas, nós mesmos não nos conhecemos quanto mais conhecemos os outros não é mesmo?
Ter um Pré-Conceito sobre algo, ou alguém, é por vezes divertido, nos leva a surpresas, nos leva a acontecimentos que não poderíamos prever, nos leva a quebrar nossas fantasias sobre aquela pessoa e nos faz os enxergar como o outro realmente é, ou apenas por instante de segundo o que ele também é capaz.
O importante aqui é compreender que a fantasia do cotidiano pode vir a ser por diversar formas, o preconceito, o esquecimento como esquecimento mesmo, o medo, o esquecimento como recalque, uma doença ou uma simples má interpretação podem nos cegar ou nos abrir portas para um mundo novo, uma nova dimensão na compreensão de fatos, e de pessoas.
Um grande abraço e até mais ver.
Fantasia aplicada
domingo, 1 de fevereiro de 2009
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